Por Leidiany Lisley
A noite, em Brasília, qualquer pessoa que passa pela ruas laterais do Setor Comercial Sul não deixa de notar prostitutas, travestis e usuários de drogas que fazem parte do cenário da capital do país.
Prostituição em Brasília
O
tema prostituição é abordado pela mídia brasiliense através do viés econômico,
deixando de atuar de forma positiva propondo discussões que auxiliem cada vez
mais essa minoria social.
Segundo
a coordenadora do Núcleo de Estudos de Prostituição
Elizangêla Leite, a vida das garotas de programa é condenável pela imprensa,
que transmite ao receptor a mensagem de criminalidade, pobreza e vida
desprezível.
Tida
como a "profissão mais antiga do mundo", as prostitutas se inserem na
sociedade, passando por discriminação, preconceito e agressões, além de
polêmicas que envolvam personagens desse estilo de vida.
Para ilustrar fatos como esses a
mídia, em sua maioria, noticia os riscos e desafios que mulheres pobres
vivenciam na venda do corpo para sobreviver. Um exemplo é a matéria Damas da
noite, de Bruna Adelaide, da Revista Cotidiano que caracteriza e descreve a
vida e a situação das prostitutas, que vivem em condições marginalizadas,
justificando a escolha por esse tipo de vida.
O que se destacou nesse meio foi o
livro Contos de Bordel
em que a prostituição feminina foi abordada de uma forma diferenciada. Na boca
do lixo, as jornalistas Renata Bortoleto, Ana Laura Diniz e Michele Izawa se aprofundaram
no tema e vivenciaram um pouco da vida de prostitutas, clientes, funcionários,
dançarinas de strip
tease e empresários do sexo, contando como venceram medos e preconceitos, buscando informações não só na rotina dessas pessoas, mas o que havia por trás dessa realidade.
tease e empresários do sexo, contando como venceram medos e preconceitos, buscando informações não só na rotina dessas pessoas, mas o que havia por trás dessa realidade.
Para o jornalista e professor Lunde
Braghini o tema é sempre recorrente na mídia, é abordado do ponto de vista do
senso comum. “Os elementos abordados são prostíbulos, exposição a doenças e proibição
do sexo”. Segundo ele, hoje, novos temas poderiam ser trabalhados no debate
jornalístico como a carteira de trabalho e o fato de que o sexo não vem só pela
necessidade, mas sim como uma opção. “A prostituição é mais pela oportunidade do
que pela necessidade”, reforçou o acadêmico.
Pela visão dele, a mídia condena o
sexo por prazer por estar inserida em uma sociedade que continua com a
tradição. Ele propõe aos jornalistas que prestem mais atenção nos movimentos
sociais e nos seus impactos, do que ficar somente ilustrando as situações.
Globo e a garota
A mídia e o erotismo
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