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Museu em movimento

Dança e música reúnem jovens no Museu Nacional de Brasília

 Anna Cléa Maduro e Felipe Carvalho


O evento JAM no Museu em sua 16ª edição
[por Anna Cléa Maduro]

Que tal juntar pessoas diferentes de todas as idades, classes e curtir uma vibe* de pura energia positiva em frente ao Museu Nacional da República em Brasília? Essa é a proposta do Jam do Museu. Há um ano um grupo de amigos se juntou e fundou a Associação Gambiarra. Os fundadores Ana Carolina Albuquerque, Eric Oliveira, Antônio Alves, Camila Sugai, André Albuquerque e Husani Durans já faziam um trabalho cultural e urbano antes de se juntarem e formarem a associação. Além de integrar a dança e a diversão, a Jam teve o intuito de unir grupos de dança de rua rivais para fazer o que eles sabem fazer de melhor, dançar, e acabar com esse clima hostil. E Ana Carolina afirma que está dando super certo. 

A primeira edição da Jam do Museu começou com um iPod e um som de carro e reuniu cerca de 20 pessoas. Nas edições seguintes, portanto, o apoio pessoal do Museu Nacional fez a diferença, afinal eles passaram a fornecer energia para que as músicas pudessem ser tocadas em caixas de som mais potentes.

Com o passar do tempo, a Jam foi ganhando fama e mais adeptos. Apareceu até em jornais locais. Mas o grande momento do encontro foi no dia 4 de março de 2012, quando ele completou um ano de existência. Centenas de pessoas se juntaram para a manifestação cultural. As amigas Érika Franco de Morais (20) e Tayze Coutinho Alvez (22), ambas estudantes de Publicidade e Propaganda, afirmam que a edição de aniversário foi a melhor de todas. O estudante Victor Samuel (16), morador do Cruzeiro, acompanha a Jam desde o início e diz que a cada edição as coisas só melhoram. 

A vibe do local agrada a todos que por ali passam. Sem qualquer tipo de discriminação ou algo do tipo as pessoas de divertem muito. O vestibulando Leonardo Oliveira (17) faz parte do grupo VLI e conta que é possível encontrar vários Mc’s mostrando o seu trabalho cantando rap ou hip hop, assim com ele e seu grupo. A Jam no Museu é uma terra fértil para promover a cultura, a tolerância e apresentar os estilos diferentes e os vários talentos. 

Nem todos sabem dançar, e apenas participam do evento admirando tudo o que se passa por ali. O grupo de amigos Pedro Menezes (19), Marina Camargo (16), Sophia Albuquerque (14) e Paulo Henrique (20) certificam-se de que saber dançar nem sempre é um dos requisitos para participar da Jam do Museu. Segundo os jovens, o principal é ter energia, uma boa vibe, uma roupa confortável e amigos para curtir o momento. Pedro conta que usa tênis baixo sem meias para ficar confortável enquanto dança. Ana Carolina, uma das organizadoras, diz que o fator principal para participar é ter boas energias, chamadas também de good vibes. 


Bom e ruim 

Muitos entrevistados afirmam que esse é um dos melhores eventos alternativos de Brasília e que não há violência e nem preconceitos. Alguns dizem que a qualidade dos dançarinos chama a atenção dos menos talentosos, mas que mesmo assim apreciam o estilo de dança. 

No entanto, existem alguns pontos que não agradam alguns participantes, como a falta de lixeiras e os banheiros químicos. Segundo a dançarina do grupo Rota Brasil, Isabela Colepicollo (14), ao fim do evento, a concentração de lixo no local é muito grande e isso não é agradável. 


Todo mês 

O Jam do Museu acontece todos os meses, e mais precisamente a cada primeiro domingo do mês. A iniciativa cultural só anda ganhando mais adeptos e fãs, e isso é uma prova de como o evento é rico, assim como a cidade que o abriga. A Jam só é realizada porque há aqueles que apoiam essa iniciativa como: o Museu Nacional da República, os Djs Janna e Oti e o Som Letal, que empresta as caixas de som. A associação Gambiarra, em conjunto com seus apoiadores, oferece diversão e cultura de graça. Tem coisa melhor? Espere o próximo mês e aproveite.


por Felipe Carvalho

*vibe: significa vibração, em portugês, e é um termo em inglês. A palavra é utilizada em vários momentos, geralmente por pessoas mais jovens, como adolescentes. Inicialmente, o termo surgiu através de pessoas que iam a festas de música eletrônica, e diziam que iam para aproveitar a vibe. (fonte: Significados.com.br)

Para ouvir algumas músicas tocadas no evento, acesse o site do Grupo VLI e da DJ Donna. Clique nos nomes dos artistas e curta o som!


Dançarinos aguardam a próxima música a ser tocada no evento
[Anna Cléa Maduro]


CRÔNICA da edição


Na vibe 
Domingo, 15 horas. Endereço: Museu Nacional. O clima estava agradável e ainda no carro, já se ouvia um som diferente, contagiante. Ao chegar ao local, pessoas, muitas pessoas reunidas em pequenos grupos curtindo aquela música, ou melhor, aquela vibe. Crianças, jovens e adultos buscando o mesmo objetivo: dançar. Uma dança única, individual, própria, composta de inúmeros passos criados por meio de improvisos. Eu me sentia perdida. Danço? Observo? Eu não sabia dançar daquela maneira, e, além disso, o meu objetivo era unicamente analisar o evento. 
As vestimentas eram diversas. Tênis com milhares de cores e modelos. Calças, bermudas, blusas xadrez, camisetas, bonés. Cabelos compridos, curtos, muito curtos. E ainda, piercings e alargadores variados. Estilos e mais estilos... Danças em grupo, rodinhas de hip-hop, b-boys, skatistas e patinadores envolvidos pela música, que compunha o cenário. Em algumas horas, o Museu Nacional fora tomado por uma multidão – que enfeitava o monumento idealizado por Niemeyer. 
Entre uma coreografia e outra, encontros e reencontros: os dançarinos se cumprimentavam e conversavam a respeito da vida, escola, faculdade e o principal, a dança. Todos reunidos em volta de uma mesa isolada por barbantes, onde havia a peça principal do quebra-cabeças. Uma figura principal responsável por todo aquele momento, que atrás de caixas de som e aparatos tecnológicos, comandava o som. Além disso, a interação dele com o público era incrível, afinal quando tocava uma música conhecida, era ovacionado pelo grande grupo. Três, quatro, cinco, seis da tarde. A dança não parava sequer um segundo. Cansaço? Essa palavra não existia. 
Perto das oito deixei o local. Meu corpo balançava involuntariamente e por alguns instantes, me esqueci do me objetivo principal: observar. Eu era parte daquele todo e fui absorvida naquela imensa multidão. Pessoas, músicas, estilos, vibes, coregrafias... Um evento criado pelos próprios dançarinos, que buscaram um local onde pudessem reunir suas características em busca de um único objetivo: a dança.
  
por Anna Cléa Maduro

Jovens e adultos se aglomeram para aproveitarem a música
[Anna Cléa Maduro]


Além disso, nossa equipe preparou uma fotorreportagem exclusiva da última edição do evento. Para visualizar clique aqui.

Matéria publicada em: 04/06/2012
Atualizada em: 05/06/2012

2 comentários:

  1. Parabéns pela reportagem. Gostei muito!

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  2. Ótima reportagem! Parabéns Anna Maduro, você tem talento! bjs Thaís Mduro

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